sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Canção do exílio

Canção do exílio é o poema de Gonçalves Dias que abre o livro contos literarios e marca a obra do autor como um dos mais conhecidos poemas da língua portuguesa no Brasil. Foi escrita em julho de 1843, em Coimbra, Portugal. O poema, por conta de sua contenção e de sua alusão à pátria distante, tema tão próximo do ideário do Romantismo, tornou-se emblemático na cultura brasileira. Sua temática é própria da primeira fase do Romantismo brasileiro, em sua mescla de nostalgia e nacionalismo. Gonçalves Dias compôs o poema cinco anos depois de partir para Portugal, onde fora cursar Direito na Universidade de Coimbra. Em seguida está o mesmo.

Canção do exílio

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."



II guarany (em português, O Guarani) é uma das óperas do compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes. Ela é dividida em quatro atos, que é baseada no romance O Guarani do principal autor da prosa romântica, José de Alencar, fazendo um grandioso sucesso. A ópera, II guarany tem como maior destaque a sua abertura. Esta é até hoje muito interpretada, além de muito conhecida por ser o tema do programa a Voz do Brasil.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010



O lirismo de Cecília Meireles é considerado o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.

Olhinhos de Gato



Publicado entre 1939 e 1940, Olhinhos de Gato é , nas palavras da própria Cecília Meireles, um pequeno livro de memórias em que predomina uma narrativa sobre a sua infância.
Trata - se de uma reflexão poética sobre a perda, a dor, a solidão, a morte e o luto. A autora procura desvendar sua infância, seu passado sempre constante com o presente, como numa caixa de novidades que vai mostrando à menina objetos que relembram o passado. Ora com momentos de contemplação intimista, ora com fatos concretos como as músicas que a ama cantarolava, os carroceiros vendedores de mercadorias, as vizinhas que conversavam pelas varandas, as brincadeiras de roda tão ao gosto das crianças de antigamente.
Mas o que realmente fica, são as observações reflexivas sobre a vida, morte e sensações. Os personagens não são nomeados, mas simbolizados com outros nomes.

Estrutura

  • Foco Narrativo: Divide - se em primeira e na terceira pessoa;
  • Ambiente: Rural;
  • Temática: A narrativa contempla dois momentos marcantes na vida de Olhinhos de Gato:
    - o primeiro, com a morte da mãe, o beijo no rosto duro e frio.
- o segundo, com outro tipo de morte, o da infância, quando seus lindos cachos são cortados e ela os traz para casa e os entrega à avó, recebendo de presente uma cadeirinha de vime.
  • Linguagem: Cecília usa a linguagem de maneira sofisticada;
  • Personagens principais: Olhinhos de Gato, Boquinha de Doce (avó), Dentinho de Arroz (ama), Maria Maruca e Có (agregados da família) e tia Totinha(considerada sábia por Olhinhos de Gato).
  • Tempo: Psicológico. O tempo para a menina é irreconhecível.
A autora: Cecília Meireles

Cecília Meireles cultivou uma poesia reflexiva, de fundo filosófico, que aborda, entre outros. temas como a transitoridade da vida, o tempo, o amor, o infinito, a natureza, a criação artística. Mas não se deve entender sua atitude como postura intelectual, racional. Cecília foi antes de tudo uma escritora intuitiva, que sempre procurou questionar e compreender o mundo a partir das próprias experiências: a morte dos pais quando menina, a morte da avó que a educara, o suicídio do primeiro marido, o silêncio, a solidão.
A rigor, Cecília nunca esteve filiada a nenhum movimento literário. Sua poesia, de modo geral, afilia - se às tradições da lírica luso - brasileira.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mensagem




Mensagem é o mais célebre dos livros do poeta português Fernando Pessoa, e o único que ele publicou em vida, se descontarmos os livros de poemas em inglês. A obra trata do glorioso passado de Portugal de forma apológa e tenta encontrar um sentido para a antiga grandeza e a decadência na época em que o livro foi escrito.
O poema mais famoso do livro é MarPortuguês.



Características
  • Obra nacionalista;
  • Idealizada como uam versão moderna da epopeia;
  • Épico e lírico;
  • Aspectos irônicos.
Estrutura
  • Brasão;
  • Mar português;
  • O Encoberto.
O autor: Fernado Pessoa

É considerado o principal escritor do modernismo português e, ao lado de Camões, um dos maiores poetas portuguesses de todos os tempos. Cultivou tanto a poesia quanto a prosa. Escreveu também alguns textos de estrutura dramática - chamados por ele próprio de "poemas dremáticos", como o drama O marinheiro, além da ensaios sobre arte crítica e literária.

Fernando Pessoa é portador de certos traços, como o nacionalismo e saudosismo, caractarísticos do Romantismo. Ele é, sobretudo, o poeta da inteligência e da imaginação.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Marília de Dirceu e Cartas Chilenas




A poesia de Tomás Antônio Gonzaga, se comparada à dos demais poetas árcades brasileiros, apresenta algumas inovações que apontam para uma transição entre Arcadismo e Romantismo.
Os temas árcades do distanciamento da mulher amada e do sofrimento dele decorrente não são, no casoo de Gonzaga, meros temas clássicos convencionais, mas assumem feição de pura verdade, uma vez que muitos dos seus poemas o poeta escrevu quando se encontrava preso.
Gonzaga cultivou a poesia lírica, reunida na obra de Marília de Dirceu, e a poesia satírica, reunida nas Cartas chilenas.

Características

  • Tendência árcade em Marília de Dirceu;
  • Manifestações pré - românticas em Marília de Dirceu;
  • Cartas chilenas.
Estrutura

Parte I: Na primeira parte mostra - se o poeta dheio de esperanças, fazendo projetos conjugais, defendendo o ideal de vida burguês.

Parte II: A segunda parte da lira traz marcas dos dias de masmorra, longe de sua pastora e de seu rebanho, curtindo a amargura da prisão. Daí o caráter nitidamente pré-romantico que perpassa as diversas liras que constituem sua poesia da saudade.


O autor: Tomás Antônio Gonzaga

Cursou Direito em Coimbra e lá estabeleceu contato com as ideias iluministas e árcades, tendo chegado a escrever uma obra filosófica em homenagem ao Marquês de Pombal: Tratado de Direito Natural.
Voltando ao Brasil, passou a viver em Vila Rica, onde exerceu função de ouvidor. Iniciou ali sua atividade literária e sua relação amorosa com Maria Doroteia Seixas, uma jovem então com 16 anos, cantada em seus versos com o pseudônimo de Marília.
Em 1789, acusado de participar da Inconfidencia, ele foi preso e mandado ao Rio de Janeiro, onde ficou até 1792, quando foi exilado para Moçambique. Apesar dos sofrimentos passados na prisão, Gonzaga levou na África uma vida relativamente tranquila.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Simbolismo

Insatisfeitos com a onda de cientificismo e materialismo a que esteve submetida a sociedade industrial européia na segunda metade do século passado, representam a reação da intuição contra a lógica, do subjetivismo contra a objetividade científica, do misticismo contra o materialismo, da sugestão sensorial contra a explicação racional.


Características
• Subjetivismo;
• Musicalidade;
• Transcendentalismo;

Principais autores

Cruz e Souza
Em suas poesias, está sempre presentes a sublimação, a anulação da matéria para a liberdade da espiritualidade, só conseguida com a norte, percebe – se o uso de letras maiúsculas valorizando as idéias e uma angústia sexual.
Principais obras: Broquéis (1893) – Missal (1893) – Evocações (1899) – Faróis (1900) – Últimos sonetos (1905).

Alphonsus de Guimaraens
Sua poesia é quase toda voltada para o tema da morte da mulher amada. A sua poesia é marcadamente mística e envolvida com religiosidade católica.
Principais Obras: Setenário das Dores de Nossa Senhora, Câmara Ardente, Dona Mística, Kyriale, Mendigos, Ismália.

Parnasianismo

Parnasianismo


Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltava para o exame da realidade, o Parnasianismo representou na poesia o retorno à orientação clássica, ao princípio do belo na arte, à busca do equilíbrio e da perfeição formal.

Características

· Preciosismo;

· Objetividade e impessoalidade;

· Arte pela arte;

· Estética/Culto à forma;

· Temática Greco – Romana;


Principais autores

Olavo Bilac

Sua poesia é superficial como visão do homem, pois se detém na camada superficial das cores, dos sons, das combinações plásticas sem mergulhar nas angústias e prazeres do ser humano.

Obras: Poesias (reunião dos livros Panóplias, Via – láctea e Sarças de fogo – 1888); Tarde (1918).

Alberto de Oliveira

Sempre permaneceu fiel ao Parnasianismo e à margem dos acontecimentos históricos. É considerado mestre nessa estética, com sua temática presa à descrição, desde a natureza até meros objetos, exaltando – lhes a forma.

Suas principais obras são: Sonetos e Poemas (1885), Versos e Rimas (1895), Poesias Completas (1900), Poesias (quatro série até 1927), Poesias Escolhidas (1913).


Naturalismo
O Naturalismo é uma escola literária conhecida por ser a radicalização do Realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade.

Características do Naturalismo:
• Determinismo biológico;
• Objetivismo científico;
• Temas de patologia social;
• Observação e análise da realidade;
• Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual;
• Linguagem simples;

• Descrição e narrativa lentas;
• Impessoalidade;

• Preocupação com detalhes;

• Instintos humanos.
Obs.: Naturalismo: todas as características do Realismo + cientificismo (Cientificismo: adoção de leis científicas que regeriam a vida dos personagens)

Principais autores
• Aluísio de Azevedo

Principais obras: O Mulato (1881), Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890)

Raul Pompéia
Principais obras: O Ateneu (naturalista/realista)

Realismo


Realismo

Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas se empenharam em retratar o homem e a sociedade em conjunto. Os romances realistas mostravam a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do casamento por interesse, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo, da impotência do ser humano comum diante dos poderosos.

O realismo no Brasil teve seu início, oficialmente, em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de seu mais célebre autor, Machado de Assis.

Características

· Objetivismo;

· Universalismo;

· Materialismo;

· Preocupação com o presente, com o contemporâneo;

· Cientificismo;

· Determinismo;

· Negação a burguesia;

· Anticlericais;

· Descrição e adjetivações objetivas;

· Linguagem culta e direta;

· Mulher não idealizada;

· Amor e outros interesses subordinados aos interesses sociais;

· Herói problemático;

Principais autores

· Machado de Assis

Sutil e quase ferino na análise da alma humana, Machado de Assis criou uma obra extremamente inovadora, que permanece viva e atual, gerando polêmicas e conquistando a estima de sucessivas gerações de leitores.

Principais obras:

Dom Casmurro (1899), Memórias póstumas de Brás Cubas (1881) e Quincas Borba (1891) constituem os mais significativos romances de Machado de Assis.

Entre seus inúmeros contos, destacam – se “O alienista”, “Missa do galo”, “A cartomante”, “Noite de almirante”, “Teoria do medalhão”, “O espelho”, “Catinga de esponsais”, “Sereníssima república”, “Verba testamentária”.


· Raul Pompéia

Inquietante como escritor e como pessoa, Pompeia envolveu-se em inúmeras polêmicas, chagando a desafiar o poeta Olavo Bilac para um duelo.

Principais obras:

Romances como Uma tragédia no Amazonas (1880) e O Ateneu (1888). A prosa Canções sem metro (1881) e o panfleto satírico As jóias da Coroa (1962).