sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Marília de Dirceu e Cartas Chilenas




A poesia de Tomás Antônio Gonzaga, se comparada à dos demais poetas árcades brasileiros, apresenta algumas inovações que apontam para uma transição entre Arcadismo e Romantismo.
Os temas árcades do distanciamento da mulher amada e do sofrimento dele decorrente não são, no casoo de Gonzaga, meros temas clássicos convencionais, mas assumem feição de pura verdade, uma vez que muitos dos seus poemas o poeta escrevu quando se encontrava preso.
Gonzaga cultivou a poesia lírica, reunida na obra de Marília de Dirceu, e a poesia satírica, reunida nas Cartas chilenas.

Características

  • Tendência árcade em Marília de Dirceu;
  • Manifestações pré - românticas em Marília de Dirceu;
  • Cartas chilenas.
Estrutura

Parte I: Na primeira parte mostra - se o poeta dheio de esperanças, fazendo projetos conjugais, defendendo o ideal de vida burguês.

Parte II: A segunda parte da lira traz marcas dos dias de masmorra, longe de sua pastora e de seu rebanho, curtindo a amargura da prisão. Daí o caráter nitidamente pré-romantico que perpassa as diversas liras que constituem sua poesia da saudade.


O autor: Tomás Antônio Gonzaga

Cursou Direito em Coimbra e lá estabeleceu contato com as ideias iluministas e árcades, tendo chegado a escrever uma obra filosófica em homenagem ao Marquês de Pombal: Tratado de Direito Natural.
Voltando ao Brasil, passou a viver em Vila Rica, onde exerceu função de ouvidor. Iniciou ali sua atividade literária e sua relação amorosa com Maria Doroteia Seixas, uma jovem então com 16 anos, cantada em seus versos com o pseudônimo de Marília.
Em 1789, acusado de participar da Inconfidencia, ele foi preso e mandado ao Rio de Janeiro, onde ficou até 1792, quando foi exilado para Moçambique. Apesar dos sofrimentos passados na prisão, Gonzaga levou na África uma vida relativamente tranquila.